O especialista em captação de recursos e execução de projetos do terceiro setor, Marcelo Cenzala, tem se destacado pela atuação técnica na assessoria de projetos financiados pelo Fundo Amazônia. O BNDES, como gestor financeiro do fundo, é responsável pelo monitoramento das ações. Desde sua criação, o Fundo Amazônia já apoiou 111 projetos e desembolsou R$ 1,57 bilhão. A Noruega é historicamente a maior doadora, seguida da Alemanha, com R$ 1,12 bilhão. Veja o vídeo no final da matéria.
Um dos principais projetos em andamento está sendo executado em aldeias indígenas do Amazonas e visa capacitar 500 mulheres indígenas em gestão de empreendimentos sustentáveis. O objetivo é gerar renda por meio da economia criativa, promover autonomia econômica, garantir a participação feminina em espaços decisórios e conferências, além de fortalecer a elaboração e a gestão de projetos voltados à agricultura familiar.
Durante uma apresentação, Marcelo Cenzala destacou sua trajetória em ações voltadas às populações indígenas em diversos estados do Brasil. “Peço licença aos caciques presentes e aos mais velhos, em forma de respeito aos ancestrais, assim como saúdo os mais novos”, iniciou.
Em janeiro de 2024, a convite de Lyara Azevedo, ele assumiu a Coordenação Nacional de Mobilização e Articulação das Comunidades Tradicionais e Fomento à Cultura. Desde então, percorreu diversos estados mapeando associações e aldeias indígenas, quilombos, ribeirinhos, comunidades de matriz africana e artistas locais.
O trabalho está diretamente ligado à Lei Aldir Blanc, que foi transformada em Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), responsável pelo repasse de recursos federais a estados, municípios e ao Distrito Federal.
Segundo Marcelo, a maior dificuldade enfrentada pelas comunidades é o acesso à documentação necessária, como estatutos, atas de eleição, elaboração de projetos e portfólios. Para enfrentar esse desafio, ele e sua equipe prestam assessoria e já aprovaram centenas de projetos pelo país.
Marcelo também mantém parcerias duradouras com comunidades indígenas em estados como Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Pará e Maranhão. Por meio da aprovação de projetos, tem contribuído para o desenvolvimento local, gerando renda, fortalecendo a cultura, a ancestralidade e a educação.
Entre as ações já realizadas, destaca-se a implantação da primeira biblioteca comunitária na Associação Indígena Y’rykaw, localizada em Barra do Corda (MA), presidida por Cris Guajajara, com recursos diretos do Ministério da Cultura. Outros projetos também foram aprovados com apoio da Equatorial, da Lei Aldir Blanc, entre outros.
“Estamos vivendo um momento de reconstrução das políticas públicas, de preservação da memória e valorização dos saberes ancestrais indígenas. Essas iniciativas comprovadas e em execução em vários estados abriram portas. Me sinto honrado pelo reconhecimento do trabalho feito. Foco, determinação e compromisso são a soma da vitória. Estou aqui para fortalecer as ações do Fundo Amazônia, que visam promover e proteger os direitos dos povos indígenas, respeitando seus modos de vida e ancestralidade”, concluiu Marcelo.